quarta-feira, dezembro 24, 2008

O meu natal

Chega de gastar tempo a enviar sms a toda a lista só porque sim. Chega de gastar dinheiro em prendas só porque fica bem. Chega desta parvoíce que é o natal consumista. (...)
A mim chega-me o jantar de família e o almoço de família e o tempo em família.

Família. Deveria ser esse o nome do natal.


in, Inhospitus Mundu da Ana

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Odeio comparações.

Tu foste o meu. Eu fui a tua. E fomos um do outro.
period
Tu foste o meu. Deixaste de o ser. Eu fui a tua, cada vez mais.
period
Tu és meu. Eu sou tua. Mas há uma qualquer presilha que não está a fechar bem.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Amanhã seria o teu dia se estivesses aqui.


Lembro-me, como se fosse ontem, a primeira prenda que te ofereci no teu dia de anos. Um postal com um ursinho a dizer I Love You, no qual acrescentei uma promessa de amor eterno, e um perfume que na época era um must (Hugo Boss) e que te fez começar a ter um exímio bom gosto no que a perfumes dizia respeito.

Éramos dois jovens no auge da adolescência e o nosso amor parecia infinito. Éramos dois amigos inseparáveis e a nossa amizade levou-nos a experimentar aventuras e desventuras. Juntos tinhamos o mundo todo para nós. E fizemos dele o que quisemos.
Andámos de mota e nenhum de nós tinha carta. Faltámos às aulas, saltámos as redes da escola e fomos beber minis para o São Paulo. Faltámos às aulas depois do almoço porque fomos almoçar a tua casa, aquelas febras maravilhosas com molho de manteiga e limão feitas pelas mãos, hoje gastas, da tua avó. Saímos à noite, e ai daquele que ousasse sorrir para mim. Fomos ao cinema e comemos toneladas de pipocas juntos. Fomos ao Burger King dias a fio, a minha figura mudou e tu nunca deixaste de me olhar com a ternura que tinhas para comigo. Ensinaste-me a jogar bilhar, ofereceste-me um taco profissional e juntos passámos horas a praticar. Fui contigo para a Associação onde, rodeada de homens velhos e novos, bebedos e assim-assim, casmurros e bem-dispostos, aprendi a jogar à sueca e a usar alguns truques de mãos. Jogámos futebol no campo do seminário, e como era bom ver-te jogar e ver os outros nossos amigos a gabar-te a técnica de remate. Fui ver os teus torneios de futebol, de ténis de mesa, de bilhar ,e tu sempre que podias esgueiravas-te para mim num intervalo de carinho. Fomos muitas vezes passear, ver montras, deslizámos na relva como duas crianças, fomos até à praia de dia e à noite, atirávamos chumbos com a pressão de ar, tu aos pássaros e eu às nêsperas, jogámos basket e corremos mil maratonas. Tanto fizemos juntos e outro tanto ficou por fazer...

Levaste-me a jantar ao Pharmácia. Ofereceste-me uma aliança, uma rosa e o teu coração.

Conheci-te em 1997 e dez anos depois perdi-te para todo o sempre.
Onde quer que estejas, o meu coração está contigo.