Está aí alguém...? É que... Precisava mesmo de falar contigo...
Sabes quando os dias passam normalmente ao som do tic-tac dos ponteiros, e nada mais há no dia além desse barulho irritante? Sabes quando estás num espaço que não é o teu e, mesmo que queiras muito, não podes sair dele? Sabes quando tudo te falta e em loja alguma, por dinheiro algum, podes comprar o que tanto anseias? Sabes quando a saudade se torna numa ferida aberta que nenhum médico poderá sarar? Sabes quando a nostalgia te traz recordações dum passado recente e somente consegues pensar que terias feito tudo diferente? Sabes o sufoco que é quereres conversar, aparvalhar, contar piadas, animar um amigo e para isso apenas poderás recorrer ao telemóvel? Sabes o medo que se sente quando a distância arrasa tudo e todos, e vês-te nesse barco a naufragar longínquo, para local incerto mas decerto longe de tudo o que sempre desejaste manter perto? Sabes o que é sentires-te impotente a lutar contra a força desta maré negra?
Não sabes. E sei que também não sabes como fugir a tudo isto. Porque não há escapatória possível. E ali tens de estar tu, de cabeça erguida perante todos, a pensar que és feliz para te iludires a ti mesmo, a chorar por entre solidão e bebedeiras, a lamentar sozinho tão triste vida que te foi sorteada na lotaria que é o destino.
E ninguém se apercebe de que não estás bem.
Um dia perceberão, pensas tu.
segunda-feira, dezembro 06, 2010
quarta-feira, junho 02, 2010
A felicidade mora na porta ao lado
Era uma vez...
Hoje às 10h00 comecei o dia de trabalho a ajudar a colega a arrumar os quartos e a limpar as casas de banho. Mudámos os lençóis das camas, arejámos o quarto, deixámos papel higiénico no sítio, o copo devidamente higienizado, o gel de banho atestado e as toalhas lavadinhas nos toalheiros. Ela disse-me que eu tenho de aprender como se faz para eu fazer quando ela estiver de folga. Porque sou eu que o vou fazer, sozinha, quando ela estiver no descanso semanal, como a colega que eu vim substituir fazia (a colega esteve lá 1 mês).
Às 12h00 pus o avental e atendi clientes esfomeados. Pus mesas sob o olhar atento do patrão, com as medidas exactas de distância de garfo e faca, de bordo da mesa e prato, a dobra do guardanapo como manda a regra da casa e os copos devidamente alinhados. Recebi os pedidos, entreguei comidas aos clientes, fiz registos no sistema informático das contas. Sequei copos e arrumei-os, poli talheres e coloquei-os nas gavetas. Às 15h20 estava de saída e regressei às 19h00. E tudo se repetiu, à excepção das camas e das casas-de-banho, e às 23h20 estava a chegar a casa. O cozinheiro perguntou-me a título de curiosidade porque é que, ao invés de trabalhar no restaurante do meu pai, tinha preferido ir trabalhar para aquele restaurante.
E o prólogo desta história é este:
A entrevista de trabalho correu muito bem. O patrão quer que eu seja o braço direito dele, "quero um Técnico de Turismo", disse ele.
Vou organizar as reservas, receber pessoalmente os clientes, organizar-lhes actividades para a sua estada tais como visitas guiadas, roteiros turísticos, organizar noites temáticas no restaurante, organizar eventuais casamentos e baptizados, elaborar fichas técnicas do restaurante, vou aprender a gerir o economato. Em suma, vou aprender toda a gestão de uma unidade hoteleira. Eventualmente, em caso de necessidade, terei de dar uma ajuda na sala, quando o movimento justificar. Poderei também de ter de dar uma ajuda na cozinha nos dias de folga dos cozinheiros, caso haja movimento que o justifique.
Fui enganada. A pior coisa que me pode acontecer é ser enganada. Não suporto, não tolero e abomino quem mo faz.
Hoje às 10h00 comecei o dia de trabalho a ajudar a colega a arrumar os quartos e a limpar as casas de banho. Mudámos os lençóis das camas, arejámos o quarto, deixámos papel higiénico no sítio, o copo devidamente higienizado, o gel de banho atestado e as toalhas lavadinhas nos toalheiros. Ela disse-me que eu tenho de aprender como se faz para eu fazer quando ela estiver de folga. Porque sou eu que o vou fazer, sozinha, quando ela estiver no descanso semanal, como a colega que eu vim substituir fazia (a colega esteve lá 1 mês).
Às 12h00 pus o avental e atendi clientes esfomeados. Pus mesas sob o olhar atento do patrão, com as medidas exactas de distância de garfo e faca, de bordo da mesa e prato, a dobra do guardanapo como manda a regra da casa e os copos devidamente alinhados. Recebi os pedidos, entreguei comidas aos clientes, fiz registos no sistema informático das contas. Sequei copos e arrumei-os, poli talheres e coloquei-os nas gavetas. Às 15h20 estava de saída e regressei às 19h00. E tudo se repetiu, à excepção das camas e das casas-de-banho, e às 23h20 estava a chegar a casa. O cozinheiro perguntou-me a título de curiosidade porque é que, ao invés de trabalhar no restaurante do meu pai, tinha preferido ir trabalhar para aquele restaurante.
E o prólogo desta história é este:
A entrevista de trabalho correu muito bem. O patrão quer que eu seja o braço direito dele, "quero um Técnico de Turismo", disse ele.
Vou organizar as reservas, receber pessoalmente os clientes, organizar-lhes actividades para a sua estada tais como visitas guiadas, roteiros turísticos, organizar noites temáticas no restaurante, organizar eventuais casamentos e baptizados, elaborar fichas técnicas do restaurante, vou aprender a gerir o economato. Em suma, vou aprender toda a gestão de uma unidade hoteleira. Eventualmente, em caso de necessidade, terei de dar uma ajuda na sala, quando o movimento justificar. Poderei também de ter de dar uma ajuda na cozinha nos dias de folga dos cozinheiros, caso haja movimento que o justifique.
Fui enganada. A pior coisa que me pode acontecer é ser enganada. Não suporto, não tolero e abomino quem mo faz.
quarta-feira, janeiro 20, 2010
Insustentável certeza de não te ter
Como seria a minha vida se estivesses por cá...? Não há um único dia que não pense em ti e naquilo que poderíamos ter se nós te tivéssemos. Quando foste embora estávamos tão perto, tão próximos da felicidade que, embora hoje ame, sinto que poderia ter-te amado novamente. Na realidade sei que nunca deixámos de ter carinho mútuo ou aquele bichinho que nos obriga a saber-nos bem, ainda que com outra companhia. Não deixámos ternura por dar nem mostras de amizade guardadas no bolso mas o amor, esse, ficou para sempre fechado. E guardá-lo-ei eternamente pois aquele que tinha para ti não cabe noutro coração.
Em três anos aprendi a viver sem a tua presença. Aprendi a controlar a saudade. Aprendi a não segurar as lágrimas que teimam insistentemente em cair. Aprendi que se me visitas nos sonhos estarás certamente a zelar por mim, e que essas visitas não são um tormento mas um privilégio. Aprendi que as saudades aumentam galopantemente com o passar dos dias ao invés de diminuírem. Aprendi a segurar dentro de mim as palavras que querem sair, num desabafo de quem precisa de falar dum amor perdido à força.
Dou por mim a imaginar-te aí mas, serei eu cruel?, não cabe em mim tamanha parvoíce de que a vida continua além disto que vejo, que sinto, que apalpo. Morreste e acabaste. Mas em mim continuas tão vivo que me arde por dentro a saudade ao ponto de não querer mais pensar em ti.
Não consigo porque te amei.
Em três anos aprendi a viver sem a tua presença. Aprendi a controlar a saudade. Aprendi a não segurar as lágrimas que teimam insistentemente em cair. Aprendi que se me visitas nos sonhos estarás certamente a zelar por mim, e que essas visitas não são um tormento mas um privilégio. Aprendi que as saudades aumentam galopantemente com o passar dos dias ao invés de diminuírem. Aprendi a segurar dentro de mim as palavras que querem sair, num desabafo de quem precisa de falar dum amor perdido à força.
Dou por mim a imaginar-te aí mas, serei eu cruel?, não cabe em mim tamanha parvoíce de que a vida continua além disto que vejo, que sinto, que apalpo. Morreste e acabaste. Mas em mim continuas tão vivo que me arde por dentro a saudade ao ponto de não querer mais pensar em ti.
Não consigo porque te amei.
domingo, novembro 08, 2009
sexta-feira, outubro 09, 2009
segunda-feira, julho 13, 2009
Contradição?
Estou neste momento numa vida que não é vida.
Tenho um trabalho que não é trabalho.
Tenho dinheiro que não é o meu dinheiro.
Tenho dois chefes que nunca foram meus chefes...
...que se dizem Doutores e também nunca o foram.
Tenho problemas que não são problema meu.
E tenho também um sistema nervoso extremamente descontrolado, o que não é normal.
Tenho um trabalho que não é trabalho.
Tenho dinheiro que não é o meu dinheiro.
Tenho dois chefes que nunca foram meus chefes...
...que se dizem Doutores e também nunca o foram.
Tenho problemas que não são problema meu.
E tenho também um sistema nervoso extremamente descontrolado, o que não é normal.
sexta-feira, junho 26, 2009
Michael Jackson
Dei por mim, ontem às onze da noite, numa sala rodeada de amigos, a relembrar aquelas tardes que passei em casa da Catarina, no Lugar de Baixo, a ouvir o Top+.
Dessas tardes lembro as danças em frente a uma caixinha preta que emitia música e nos mostrava as coreografias. O mundo quase que parava para nos ver vibrar com aquele som. O vídeo tinha sempre uma cassete e nós gravávamos as nossas músicas favoritas para depois, no final do programa, revermos e dançarmos novamente, cantando a pulmões abertos.
Relembro ainda com mais força que Thriller leváva-nos quase à loucura; duas crianças a saltar em cima do sofá a cantar alto e bom som um inglês que ninguém entenderia. Mas imitávamos bem a voz desse inquestionável ícone da música Pop. Ouviamos e punhamos mais uma vez, aquilo fascinava-nos mesmo. Diria até que este senhor foi uma daquelas paixonetas que todas temos com os nossos cantores favoritos.
Ficará para sempre na história da música. E aqui fica a minha homenagem.
R.I.P
Dessas tardes lembro as danças em frente a uma caixinha preta que emitia música e nos mostrava as coreografias. O mundo quase que parava para nos ver vibrar com aquele som. O vídeo tinha sempre uma cassete e nós gravávamos as nossas músicas favoritas para depois, no final do programa, revermos e dançarmos novamente, cantando a pulmões abertos.
Relembro ainda com mais força que Thriller leváva-nos quase à loucura; duas crianças a saltar em cima do sofá a cantar alto e bom som um inglês que ninguém entenderia. Mas imitávamos bem a voz desse inquestionável ícone da música Pop. Ouviamos e punhamos mais uma vez, aquilo fascinava-nos mesmo. Diria até que este senhor foi uma daquelas paixonetas que todas temos com os nossos cantores favoritos.
Ficará para sempre na história da música. E aqui fica a minha homenagem.
R.I.P
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