segunda-feira, dezembro 06, 2010

A felicidade mora na porta ao lado - take two

Está aí alguém...? É que... Precisava mesmo de falar contigo...

Sabes quando os dias passam normalmente ao som do tic-tac dos ponteiros, e nada mais há no dia além desse barulho irritante? Sabes quando estás num espaço que não é o teu e, mesmo que queiras muito, não podes sair dele? Sabes quando tudo te falta e em loja alguma, por dinheiro algum, podes comprar o que tanto anseias? Sabes quando a saudade se torna numa ferida aberta que nenhum médico poderá sarar? Sabes quando a nostalgia te traz recordações dum passado recente e somente consegues pensar que terias feito tudo diferente? Sabes o sufoco que é quereres conversar, aparvalhar, contar piadas, animar um amigo e para isso apenas poderás recorrer ao telemóvel? Sabes o medo que se sente quando a distância arrasa tudo e todos, e vês-te nesse barco a naufragar longínquo, para local incerto mas decerto longe de tudo o que sempre desejaste manter perto? Sabes o que é sentires-te impotente a lutar contra a força desta maré negra?

Não sabes. E sei que também não sabes como fugir a tudo isto. Porque não há escapatória possível. E ali tens de estar tu, de cabeça erguida perante todos, a pensar que és feliz para te iludires a ti mesmo, a chorar por entre solidão e bebedeiras, a lamentar sozinho tão triste vida que te foi sorteada na lotaria que é o destino.

E ninguém se apercebe de que não estás bem.
Um dia perceberão, pensas tu.

quarta-feira, junho 02, 2010

A felicidade mora na porta ao lado

Era uma vez...

Hoje às 10h00 comecei o dia de trabalho a ajudar a colega a arrumar os quartos e a limpar as casas de banho. Mudámos os lençóis das camas, arejámos o quarto, deixámos papel higiénico no sítio, o copo devidamente higienizado, o gel de banho atestado e as toalhas lavadinhas nos toalheiros. Ela disse-me que eu tenho de aprender como se faz para eu fazer quando ela estiver de folga. Porque sou eu que o vou fazer, sozinha, quando ela estiver no descanso semanal, como a colega que eu vim substituir fazia (a colega esteve lá 1 mês).
Às 12h00 pus o avental e atendi clientes esfomeados. Pus mesas sob o olhar atento do patrão, com as medidas exactas de distância de garfo e faca, de bordo da mesa e prato, a dobra do guardanapo como manda a regra da casa e os copos devidamente alinhados. Recebi os pedidos, entreguei comidas aos clientes, fiz registos no sistema informático das contas. Sequei copos e arrumei-os, poli talheres e coloquei-os nas gavetas. Às 15h20 estava de saída e regressei às 19h00. E tudo se repetiu, à excepção das camas e das casas-de-banho, e às 23h20 estava a chegar a casa. O cozinheiro perguntou-me a título de curiosidade porque é que, ao invés de trabalhar no restaurante do meu pai, tinha preferido ir trabalhar para aquele restaurante.

E o prólogo desta história é este:

A entrevista de trabalho correu muito bem. O patrão quer que eu seja o braço direito dele, "quero um Técnico de Turismo", disse ele.
Vou organizar as reservas, receber pessoalmente os clientes, organizar-lhes actividades para a sua estada tais como visitas guiadas, roteiros turísticos, organizar noites temáticas no restaurante, organizar eventuais casamentos e baptizados, elaborar fichas técnicas do restaurante, vou aprender a gerir o economato. Em suma, vou aprender toda a gestão de uma unidade hoteleira. Eventualmente, em caso de necessidade, terei de dar uma ajuda na sala, quando o movimento justificar. Poderei também de ter de dar uma ajuda na cozinha nos dias de folga dos cozinheiros, caso haja movimento que o justifique.


Fui enganada. A pior coisa que me pode acontecer é ser enganada. Não suporto, não tolero e abomino quem mo faz.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Insustentável certeza de não te ter

Como seria a minha vida se estivesses por cá...? Não há um único dia que não pense em ti e naquilo que poderíamos ter se nós te tivéssemos. Quando foste embora estávamos tão perto, tão próximos da felicidade que, embora hoje ame, sinto que poderia ter-te amado novamente. Na realidade sei que nunca deixámos de ter carinho mútuo ou aquele bichinho que nos obriga a saber-nos bem, ainda que com outra companhia. Não deixámos ternura por dar nem mostras de amizade guardadas no bolso mas o amor, esse, ficou para sempre fechado. E guardá-lo-ei eternamente pois aquele que tinha para ti não cabe noutro coração.
Em três anos aprendi a viver sem a tua presença. Aprendi a controlar a saudade. Aprendi a não segurar as lágrimas que teimam insistentemente em cair. Aprendi que se me visitas nos sonhos estarás certamente a zelar por mim, e que essas visitas não são um tormento mas um privilégio. Aprendi que as saudades aumentam galopantemente com o passar dos dias ao invés de diminuírem. Aprendi a segurar dentro de mim as palavras que querem sair, num desabafo de quem precisa de falar dum amor perdido à força.
Dou por mim a imaginar-te aí mas, serei eu cruel?, não cabe em mim tamanha parvoíce de que a vida continua além disto que vejo, que sinto, que apalpo. Morreste e acabaste. Mas em mim continuas tão vivo que me arde por dentro a saudade ao ponto de não querer mais pensar em ti.

Não consigo porque te amei.

domingo, novembro 08, 2009

24

Parabéns para mim nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos sem Sida.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Paraíso

segunda-feira, julho 13, 2009

Contradição?

Estou neste momento numa vida que não é vida.
Tenho um trabalho que não é trabalho.
Tenho dinheiro que não é o meu dinheiro.
Tenho dois chefes que nunca foram meus chefes...
...que se dizem Doutores e também nunca o foram.
Tenho problemas que não são problema meu.
E tenho também um sistema nervoso extremamente descontrolado, o que não é normal.

sexta-feira, junho 26, 2009

Michael Jackson

Dei por mim, ontem às onze da noite, numa sala rodeada de amigos, a relembrar aquelas tardes que passei em casa da Catarina, no Lugar de Baixo, a ouvir o Top+.
Dessas tardes lembro as danças em frente a uma caixinha preta que emitia música e nos mostrava as coreografias. O mundo quase que parava para nos ver vibrar com aquele som. O vídeo tinha sempre uma cassete e nós gravávamos as nossas músicas favoritas para depois, no final do programa, revermos e dançarmos novamente, cantando a pulmões abertos.
Relembro ainda com mais força que Thriller leváva-nos quase à loucura; duas crianças a saltar em cima do sofá a cantar alto e bom som um inglês que ninguém entenderia. Mas imitávamos bem a voz desse inquestionável ícone da música Pop. Ouviamos e punhamos mais uma vez, aquilo fascinava-nos mesmo. Diria até que este senhor foi uma daquelas paixonetas que todas temos com os nossos cantores favoritos.

Ficará para sempre na história da música. E aqui fica a minha homenagem.
R.I.P