How high - take II

Um mundo estranho ao meu conhecimento vital surge do nada, aparece subitamente durante a noite e enche a minha cabeça de coisas boas.
Estou nele. Vejo o sol. É quente e brilhante, como uma chama. No lado oposto está a lua, imponente e bela, triste e saudosa.
Neste mundo não existe anarquia, não se conhece a democracia, não se sabe o que é esquerda ou direita. Não se fala em política porque na verdade essa palavra não faz parte do dialecto, que por sinal não é o habitual português...
É um mundo aparte de tudo o que eu conhecia.
Aqui não há inimigos. Aqui não há conspirações. Aqui não existe inveja nem vingança.
A paisagem verdejante atrai a minha atenção e sinto-me dispersar por entre os arvoredos que se prolongam no horizonte deixando um rasto de perfume intenso. Este odor... É-me familiar, creio... Adiante.
Fala-se uma língua dissonante, sem lógica nenhuma aos meus ouvidos. Mas curiosamente percebo tudo o que é dito. Absolutamente tudo. Nada me escapa, impressionante. Não encontro explicação para tal porque não me interessa procurá-la. Limito-me a sentir e a interiorizar tudo o que me é transmitido neste mundo esquisito em que me encontro. Afinal estou entre amigos. E posso confiar neles, sem excepções.
Não estava habituada a nada disto, penso. Pessoas diferentes com modos de encarar a vida tão semelhantes, tão simples e honestos que até assusta!...
Nunca vi coisa igual.
É inédito e estou feliz por isso.
Quero ficar aqui até ao fim dos dias.